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CRECHE
Orientadores Pedagógicos

Se a educação é uma preocupação básica na creche, se o educador educa e não é apenas um «guardador» de crianças, importa que haja um currículo, isto é, um plano de desenvolvimento e aprendizagem. Contudo, um currículo para a creche tem características diferentes de um currículo para crianças um pouco mais velhas (Portugal, 1998: 204).

A criança

 

Na creche as crianças são vistas como seres ativos e participantes, que aprendem não só através da exploração dos objetos do mundo que as rodeia, mas também através das relações estabelecidas (criança - criança / criança – adulto).

 

O conhecimento não resulta nem dos objetos nem do sujeito, mas antes (...) das interações – a princípio inextrincáveis – entre o sujeito e esses objetos (Piaget, cit. Por Hohman et al. 1979: 174).

 

As crianças são assim aprendizes capazes de vivenciar processos interativos com o mundo e com os outros, observando, agarrando, largando, atirando, empilhando, montando, desmontando, enchendo, esvaziando, movendo-se no espaço e alcançando objetos e pessoas que atraem a sua atenção.

Tendo em conta que as crianças nesta faixa etária formam o seu conhecimento agindo sobre os objetos, o papel dos adultos é oferecer-lhes oportunidades para explorarem ativamente e resolverem problemas de forma criativa, conscientes do seu importante papel ao nível da estimulação da curiosidade da criança, de novas capacidades e impulsos de autonomia e independência (Portugal, 1998: 207).

 

O adulto

 

Deve ser um porto seguro que transmite confiança à criança, mas também estímulo para continuar a sua ação exploratória.

 

O educador deve ser alguém que permite o desenvolvimento de relações de confiança e de prazer através de atenção, gestos, palavras e atitudes.

 

Deve ser alguém que estabeleça limites claros e seguros que permitam à criança sentir-se protegida de decisões e escolhas para as quais ela ainda não tem suficiente maturidade, mas que ao mesmo tempo permitam o desenvolvimento da autonomia e autoconfiança sempre que possível.

 

Deve ser alguém verbalmente estimulante, com capacidade de empatia e de responsividade, promovendo a linguagem da criança através de interações recíprocas e o seu desenvolvimento socioemocional (Portugal, 1998: 198).

 

Experiências das crianças

 

Nos diferentes momentos e propostas de exploração é valorizado, sempre que possível, o contato das crianças com o mundo real, isto para que adquiram uma noção exata do mundo, tal como ele é (cores, dimensões, texturas…).

 

É privilegiada a utilização de objetos naturais ou de objetos produzidos a partir de materiais naturais de modo a ultrapassar a uniformidade e limitações à estimulação sensorial dos objetos de plástico (Goldschmied e Jackson cit. por Oliveira-Formosinho e Araújo, 2013: 23).

 

Para além da utilização dos objetos reais, é também privilegiado o uso de imagens reais, evitando ao máximo as imagens estereotipadas que desfocam a realidade e condicionam a capacidade criativa. 

 

Pedagogia-em-Participação 

 

Perspetiva pedagógica socioconstrutivista (desenvolvida pela Associação Criança, própria para a educação de infância e educação em creche).

 

Esta perspetiva entende a ação em educação de infância como a criação de espaços e tempos pedagógicos, onde a ética das relações e interações permite desenvolver atividades e projetos que, porque valorizam a experiência, os saberes e as culturas das crianças em diálogo com os saberes e as culturas dos adultos, permitam às crianças viver, conhecer, significar, criar.

 

Movimento da Escola Moderna

 

Em creche, existe uma identificação com os princípios e pressupostos educativos do Movimento da Escola Moderna.

 

Nesta valência, pretende-se familiarizar as crianças com as práticas democráticas através de uma participação, cada vez mais ativa, na vida da sala, nomeadamente através da realização das primeiras escolhas (brinquedos acessíveis às crianças), da tomada de decisões (leitura dos interesses para planear as atividades), da participação/responsabilização por pequenas tarefas, do conhecimento e respeito pelo outro (atividades em parceria com as famílias e restante comunidade escolar).

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